Na esperança incerta... agarro-me na tua mão
>> sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Subo a escada, degrau a degrau, impulsivamente. Paro, porque paro?
Não tenho respostas e volto a descer. O coração bate galopante, sinto que sei, que quero…
Tento subir de novo, mas sou incapaz, o medo prende-me as pernas, mantendo-me exactamente no degrau da incerteza.
O que me impede?
O sonho, talvez seja o sonho!
Pois se é apenas um sonho, para quê subir? No sonho não há degraus, tudo é plano e pleno…
Não volto a subir, sento-me nesse mesmo degrau, à espera… À espera que alguém suba e me dê a mão…
Estou exausta, sem força… Talvez um dia me levante e continue a subida, mesmo sem ter as minhas e as tuas certezas!
Por agora, descanso…
8 folhas:
A primeira vez que li este teu texto pensei que ainda não acreditavas no amor, que o renegavas e rejeitavas... É uma espécie de vento, não há um único dia sem ele, em que ele não esteja presente, mesmo quando o ar está abafado e parece que não sopra uma única pequena brisa... mas ele está lá... e só mesmo quando sopra com toda a sua força e nos faz tremer é que dizemos "Está muito vento!" ou "que vendaval!"... no amor é assim também, só quando ele nos faz tremer nos nossos sentidos é que notamos que ele existe!
Na primeira vez que leste, o amor esteve sempre lá, morava ao lado do medo... Quando me deste a mão, foi possível subir, trémula na esperança de me poder soltar...
Eu disse-te que irias encontrar o amor, sempre te disse que ele existia apesar da tua descrença.
Naquele momento não te dei apenas a mão, dei-me. E dei-me na esperança que o vento soprasse forte do teu lado, mas mesmo assim mantive a minha estrutura arquitecticamente planeada para que o vento a não danificasse. Seguimos as mesmas escadas, subimos os mesmos degraus, hoje somos o que somos. Vivemos de braços abertos sentindo a ventania que nos faz vibrar com a vida!
Continuamos a subir, degrau a degrau... mas agora fortalecidos no que somos, juntos e completos!
Este texto está muito bom. É verdade, às vezes pensamos: para quê continuar a lutar por algo, se é apenas um sonho? Eu só desisto quando sou totalmente derrubado.
Como diz o poema de Fernando Pessoa: "o sonho comanda a vida, que será do homem sem sonhos?"
Não pares de sonhar...
Raul e Joel
Ainda bem que citaram Fernando Pessoa, ele interpretava muito bem os sonhos em todos os seus heterónimos:
“Se tenho de sonhar, porque não sonhar os meus próprios sonhos? “
Fernando Pessoa
Muito bom esse excerto...
Gostámos muito
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