A mais bela espera, na beleza em que te pões no horizonte do mar, do mar que te guarda no reflexo do brilho que deixas na lua, é a prisão que sinto no olhar... Um momento que não defino, que sinto intenso dentro de mim... Porque o essencial é invisível aos olhos e na impossibilidade de mostrar o que trago no coração, apenas solto o grito do silêncio arrepiante que entra na minha pele! É na beleza das coisas simples que me prendo... no precioso tempo que ainda tenho para me sentar bem mais perto a cada dia, e prender-me nesse mar que guarda o reflexo da luz que ilumina o meu olhar...
Sento-me e espero…
Na impaciente noite calada, espero…
Nem sei porque espero!
Espero porque sinto que quero esperar…
Complico a espera, numa espera simples do que não consegues olhar…
E espero, espero porque acredito…
Espero porque sei…
"Não sei por que ondas navegaste nem em que tempestades agitadas te envolveste, não sei porque não o quero saber, mesmo que em mim ocorram tempestades silenciosas apenas porque prefiro não ouvir o barulho do vento e o bater das ondas, prefiro saber antes que nasceste em mim e que em mim sempre permaneceste, que nunca conheceste outro mar, que nunca tocaste outras águas… que o meio onde vives hoje é o meio onde sempre viveste e que nada mais te alimenta e te faz viver. Sim pequena estrela-do-mar não quero olhar nas tuas pontas os danos que as areias mais intempestivas te causaram, quero passar a minha água e curar-te, sentir a suavidade do teu toque com todos os arranhões que possas ter. Não quero tocar nas fronteiras dos mares que me rodeiam, eles que banhem as praias paradisíacas que quiserem, a mim não me importa o areal ou os portos, a mim o que me toca é a vida que há em mim… és tu pequena estrela.
Mesmo que tenhas momentos em que te escondes no meu fundo com medo não te esqueças que mesmo esse fundo é meu, que continuas em mim… e a única maneira de me fazerem ir à areia é para te ir buscar no caso de quereres abandonar o meu ritmo de embalar.
E só tu terás poder para controlar as minhas marés…"
Quebra-se a corda frágil... A corda que não queres ver desfeita... Mais um nó que a ata! Um nó que fazes com a coragem que depositas na esperança de ser-mos... Corda cansada, construída de entrenós... Corda insegura que tu atas a ti... Corda de nós, por nós!!! Corda que te sente, que te prende, que te segura num nó apertado... Corda que se desata na lágrima que cai... Corda que se segura se atada por ti.
Sara tavares - One Love
The Doors - Whiskey Bar
Tim & Mariza - Fado do Encontro
Uma semente
Há uns tempos atrás, plantei uma SEMENTE !! A partir daí, todos os dias sonhava como seria a sua flor. Imaginava-a diferente de todas as outras flores que já tinha visto até então. Regava a semente todos os dias, ansiosa que ela crescesse e viesse a dar fruto. O tempo foi passando, e eu fui regando a minha semente com menos ansiedade, com menos amor... Já não era uma novidade, e o interesse inicial que eu sentia tinha-se dissipado. Não sei porquê que eu me desinteressei pela minha semente, mas talvez porque tinha outras coisas importantes em que pensar, como o trabalho, os estudos, etc. Hoje, quando vou ao lugar onde plantei a minha semente, vejo apenas um caule, sem folhas, sem flor, completamente despido. Então penso, será que ainda há tempo para alimentar esta planta, sedente de amor. Será que ainda há tempo, para ver este pobre caule crescer e florir. Com tudo isto aprendi que uma semente não precisa apenas de água, precisa de atenção, de carinho, de amor...