ir e ficar
>> terça-feira, 6 de julho de 2010
Na carente cedência de afecto esconde-se no abrigo vazio da alma
Retém o silêncio que alimenta o medo do fracasso e nele resiste à esperança de sair
A cor é a máscara que esconde os cinzentos onde reflecte o olhar... No berrante investe a segurança de poder ir e ficar
No medo calmo permanece abrigada em si onde o choro é o mudo refúgio das palavras
liberdade aprisionada
>> segunda-feira, 26 de abril de 2010
No grito que solta, ecoa o som preso de uma liberdade que não detém... Frágil como presa do vento torna-se forte nas muralhas que contém. Dentro delas constrói a segurança de um escudo... Um escudo onde se prende, um escudo que rouba... Protege-se enroscado onde pode ser, sentir e sonhar... O vento bate sem entrar!
Dormências
>> domingo, 21 de março de 2010
Certas incertezas sem rumo
Esmagam o sentido da verdade
Como numa corda bamba, em constante desequilíbrio...
A vontade assombrada de cair nas desistentes tentativas de segurar a vida...
Labirintos confusos das emoções esbarradas pela razão de sentidos obrigatórios para destinos não desenhados.
Já nem os sonhos conseguem segurar o pêndulo da felicidade!
Já nem o vento sopra com sabor no brilho do Sol... projecta sombras despidas, formadas de vazios absolutos.
Sem perguntas com resposta, a direcção é seguida sem vontade, na obrigação imposta pelo sentido.
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Barco de papel
>> terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Navega num sonho de medos reais.
Frágil, leve e lento, sabe que é certo o naufrágio...
Rendido pelo feroz sentimento, espreita o vento que sopra cinzento nas altas ondas do mar...
Mas ele queria experimentar o sabor das águas, o doce leito das ondas tempestuosas.
Num medo corajoso, o pequeno barco de papel, entrega-se a um mar que sente como seu, um mar onde permanece num escasso tempo mortal...
Consumido lentamente na água que prova, torna-se mar...
Ser navegado ao navegar...
Agora sem medos, viaja em si onde pertence e permanece... Conhece todas as margens, todos os céus, onde no medo acordou a coragem